Deem uma olhada no novo Nissan 370Z..
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Teste: Nissan 370Z prova que dá para melhorar tudo sem penalizar nada – nem o preço
Mais leve, rápido e barato, esportivo japonês oferece diversão para os menos afortunados
(20-07-11) – Basta chegar a semana do meu aniversário para a boca começar a salivar. Afinal, é somente nessa data que minha mãe faz o seu tradicional – e fantástico – bolo de chocolate. Neste ano, porém, ela me assustou com o comentário de que queria adicionar um ingrediente à guloseima. De pronto desdenhei, afinal, não havia como melhorar a ótima receita daquele doce sem prejudicar seu sabor. Pensei a mesma coisa ao ver o Nissan 370Z branco estacionado na porta da loja Só Veículos.
Apesar de ser uma evolução natural do 350Z, duvidei de que ele pudesse ser tão bom quanto seu antecessor sem cobrar a mais por isso, seja no preço ou no peso. Mas acabei sendo surpreendido logo nos primeiros minutos de contato com o esportivo, cedido gentilmente pela loja para uma avaliação rápida do WebMotors.
Contramão da moda
Lançado em 2008 na Europa, o 370Z não seguiu nem a tendência dos modelos “redondos” da Nissan (March, Sunny, Sentra) nem adotou o estilo quadradão do GT-R. Na verdade, o desenho criado por Randy Rodriguez seguiu uma linha inédita na marca, com faróis e lanternas afilados, similares às pontas de uma flecha. Ousado até o limite, o visual criado pelo designer canadense deu tão certo que foi repetido em outros modelos, como o Murano e Maxima.
Quando um carro cria tendência ao invés de segui-la, é porque acertou na aparência. Mas como o segmento de cupês esportivos “de entrada” não vive só de visual, o modelo precisava investir onde ele já era bom: sua dinâmica. Para isso a Nissan apostou na velha receita de adicionar novos materiais para reduzir o peso do carro.
Mas até nisso o 370Z ousou. Isso porque os 90 quilos a menos que ele tem em relação ao 350Z não se devem apenas às portas, capô e tampa do porta-malas de alumínio. O esportivo também ficou mais baixo, mais curto e teve o entre-eixos reduzido. O único incremento foi na largura, 3 cm maior.
A redução das medidas afeta diretamente o espaço interno, principalmente para quem vai no banco de trás. Como o 370Z não leva mais do que dois passageiros, os lados negativos das mudanças foram anulados e sobraram apenas os positivos: mais desempenho e agilidade. É como derreter as cascas de chocolate da cobertura: o gosto é mantido e fica mais fácil de comer.
Questão de aproximação
Quem já dirigiu veículos grandes como picapes e vans sabe o sacrifício que é realizar curvas fechadas e manobras em ruas estreitas. Isso porque o tamanho do entre-eixos influencia diretamente o diâmetro de giro do carro. Na prática, isso significa que em algumas situações o Ford Ka é mais ágil do que o antigo Ford Fiesta, apesar de terem o mesmo conjunto mecânico.
Ou seja, a aproximação dos eixos do 370Z faz com que ele mude de direção (ainda) mais rápido do que o 350Z, que já impressionava por sua dinâmica. Para completar o surpreendente regime, a cereja do bolo da Nissan: mais potência sob o capô. Agora com 3,7L de deslocamento, o V6 aspirado gera 337 cv de potência e 37,3 kgfm de torque. O câmbio pode ser automático ou manual, como na versão testada.
Como em um bom doce, o 370Z pode ser agregado a mais um apetitoso ingrediente: o opcional SynchroRev. Acionado por um pequeno botão próximo à alavanca do câmbio, o dispositivo acelera o motor automaticamente nas reduções de marcha, similar ao punta-tacco realizado por pilotos profissionais. Sistema comum em câmbios automáticos, mas até então inédito para transmissões manuais.
Cuidado interior
Mais agressivo no visual e no desempenho, o 370Z cria sorrisos em qualquer entusiasta que puder testar sua aceleração de 0 a 100 km/h em 5,3 segundos ou se aproximar da velocidade máxima de 250 km/h em um ambiente fechado. Ele acelera, vira e freia mais rápido sem penalizar os ocupantes com uma suspensão dura. Firme como convém a um esportivo, ela não transforma um passeio pelas ruas brasileiras em uma visita ao médico para conferir uma possível hérnia de disco.
O bom tratamento dado aos passageiros não ficou restrito à mecânica. Ponto fraco do 350Z, o acabamento ficou melhor e os plásticos ou foram trocados por materiais emborrachados ou receberam textura mais agradável. Até o porta-malas, apesar dos modestos 251 litros, foi otimizado: com a mudança no reforço superior das torres de suspensão traseira a colocação de bagagens se tornou um quebra-cabeça mais fácil no novo cupê.
Melhorada, a receita do 370Z só pecou em um detalhe: os mostradores de temperatura do motor e nível do combustível, de péssima leitura. Detalhe que, posto em perspectiva, é como aquele pequeno pedaço de cera de vela que ficou na cobertura do bolo e pode ser facilmente ignorado.
Quer a melhor parte? Ao contrário dos seus concorrentes, o 370Z não ficou mais caro quando evoluiu. Pelo contrário, ele está mais barato. Os R$ 200 mil cobrados pela Só Veículos ficam abaixo até dos R$ 225 mil do 350Z importado oficialmente em 2008 – isso sem considerar a inflação acumulada no período. Como minha mãe me mostrou há duas semanas, é possível melhorar algo que já era ótimo sem prejudicar as virtudes existentes. A propósito, no ano que vem já fiz questão de pedir a ela o novo bolo de chocolate, desta vez com nozes..
Veículo gentilmente cedido pela loja Só Veículos